O que é EaD?

26/09/2011 17:18

    Segundo Maia e Mattar (2007), a EaD é uma modalidade de educação em que professores e alunos estão separados, planejada por instituições e que utiliza diversas tecnologias de comunicação.
Devemos falar em a EaD e não o EaD. Usar a sigla como masculina faz referência ao Ensino. Educação é um termo mais amplo e abrange ensino e aprendizagem.
A EaD ainda sofre inúmeras críticas, entretanto, resultados do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), a partir de 2010, mostraram desempenho superior dos alunos de cursos a distância em diversas áreas em relação a alunos de cursos presenciais. Nos EUA, estudos encomendados pelo Departamento de Educação também mostram desempenho ligeiramente superior de alunos de EaD em comparação aos de cursos presenciais.
 
Sobre cursos da modalidade EaD, Moore (1993) destaca que:
 
O sucesso do ensino a distância depende da criação, por parte da instituição e do instrutor, de oportunidades adequadas para o diálogo entre professor e aluno, bem como de materiais didáticos adequadamente estruturados. Com frequência isto implicará tomar medidas para reduzir a distância transacional através do aumento do diálogo com o uso de teleconferência e do desenvolvimento de material impresso de apoio bem estruturado. Na prática isto se torna um assunto bastante complexo, pois o que é adequado varia de acordo com o conteúdo, o nível de ensino e as características do aluno, e principalmente com a sua autonomia. Muito tempo e esforço criativo, bem como a compreensão das características de aprendizagem do público-alvo, devem ser empregados para identificar o quanto de estrutura é necessário em qualquer programa, e para projetar adequadamente interações e apresentações estruturadas. É preciso muita habilidade para facilitar o grau de diálogo que seja suficiente e adequado para determinados alunos. Superar desta forma a distância transacional através da estruturação adequada da instrução e do uso adequado do diálogo é bastante trabalhoso. Requer o envolvimento de muitas habilidades diferentes e exige que estas habilidades sejam sistematicamente organizadas e aplicadas. Requer ainda mudanças no papel tradicional dos professores e fornece a base para a seleção dos meios para a instrução.
 
Há diversas ferramentas de autoria, tutoria, conferência pela web, além de estratégias pedagógicas e games que podem ser utilizados e eles crescem a cada dia.
Com o advento dessas tecnologias, os papéis de aluno e professor se vêem alterados. O professor deixa de ser um sábio e passa a ser um guia que não está à frente de uma platéia, mas ao lado de seu aluno. É fundamental que ele anime e acompanhe a gestão da aprendizagem, com estímulo à troca de conhecimentos e interação. O aluno, por sua vez, precisa ter um perfil que se encaixe nesta nova forma de aprender. São necessidades básicas para ele:
- Acesso a um computador e a um modem ou conexão de alta velocidade e conhecimento para utilizá-los;
- Mente aberta e desejo de compartilhar detalhes de sua vida, trabalho e experiências educacionais diversas;
- Não se sentir prejudicado pela ausência de sinais auditivos ou visuais no processo de comunicação;
- Dedicação de um tempo semanal a seus estudos;
- Ser ou passar a ser uma pessoa que pensa de maneira crítica;
- Capacidade de reflexão;
- Acreditar que a aprendizagem de alta qualidade pode acontecer em qualquer lugar e a qualquer momento. (PALLOFF; PRATT, 2004, p. 25-35).
Anderson e Dron (2011) apontam três gerações de pedagogias para EaD: behaviorismo-cognitivismo, socioconstrutivismo e conectivismo. O behaviorismo data de meados do século XX e impulsionou o desenvolvimento do desing instrucional e do ISD – Instructional Systems Design. É usada quando os objetivos de aprendizagem são mensuráveis e demonstráveis comportamentalmente. Dessa geração, emergiu o cognitivismo, a partir do final da década de 1950, que se baseava nas funções e operações do cérebro e em como modelos computacionais eram utilizados para descrever e testar a aprendizagem e o pensamento. O lócus de controle desse modelo é o professor. As megauniversidades à distância são exemplos desse modelo.
O socioconstrutivismo, baseado em Piaget, Vygotsky e Dewey, se desenvolve em conjunção com novas tecnologias de comunicação que possibilitam pela primeira vez interações entre alunos e professores. O lócus de controle sai do professor, que assume o papel de guia ou instrutor.
A pedagogia conectivista, por sua vez, surge na era das redes, sendo que agora se supõe que o indivíduo saiba buscar as informações de que precisa. Nesse modelo, há inúmeros tipos de interações em redes. Um exemplo de uso do conectivismo são os Cursos On-line Abertos Massivos (MOOCs).
 
Referência
MATTAR, João. Educação A Distância  no Brasil  e no Mundo. Departamento de Extensão e Pós-Graduação. Anhanguera Educacional, 2011